sábado, 19 de outubro de 2013
Por: Larissa Brito (ou pseudônimo: Lina Kallisto)
Capítulo único.
-
Vamos direto ao assunto, Paula, escolha logo o que quer! Nada de “talvez”, “não
sei” ou “escolhe você” – Carlos falou decidido a dar fim naquela discussão de
presente de dia dos namorados. – Estamos casados há quase dez anos, é mais
fácil você mesma escolher algo útil e que goste do que reclamar do
liquidificador que te dei ano passado.
Paula
bateu o pé impaciente, mas teve que aceitar. Carlos era horrível em dar
presentes, a cada data comemorativa tinha que pedir ajuda para a mãe ou para a
irmã, o conselho delas desta vez foi: “Leve-a para o shopping e a deixe
decidir.”
-
Você sabe muito bem que eu não gosto de escolher meus próprios presentes e... –
ela começou a dizer, mas ao avistar uma loja mais longe parou e seus olhos
brilharam. – Tudo bem, tudo bem, já sei o que pode me dar.
Carlos
seguiu a mulher e, quando viu o rumo que ela estava tomando, suou frio. “Louis
Vuitton? Essa mulher está maluca? Foi por essas e outras que dei um
liquidificador para ela!”, Carlos pensava totalmente afobado e tentando impedir
a mulher de avançar.
-
Amor, não é para aquele outro lado que tem aquela sua loja favorita? Como é o
nome daquele bazar? Acho que lá haverá peças encantadoras para combinar com a
cor do seus olhos de acordo com o mapa astral. Que tal?
Paula
não entendeu nada, não era ele que queria porque queria que ela que escolhesse
o presente? Era isso que estava fazendo.
-
Não, acho que pra cá tem exatamente o que eu quero, meu bem – respondeu
ironicamente.
Continuou
andando em direção às lojas mais caras do shopping, Carlos se assustou ao
passar em frente a uma das vitrines. Ele nem ao menos sabia que uma bolsa podia custar tudo aquilo.
O
homem já estava quase passando mal quando, felizmente, a mulher passou reto em
todas as lojas com preços absurdos e entrava na Cacau Show, riu consigo mesmo e
viu quão bobo ele era. Conhecia a índole da mulher e sabia que não era consumista.
Paula
entrou na loja e após um tempo saiu recheada de guloseimas para comer com um
Carlos abismado ao seu lado que não parava de apalpar os bolsos com os olhos
arregalados.
No
dia seguinte, Carlos estava com seu amigo Márcio para jogar futebol e sair um
pouco da rotina. Márcio logo começou a praguejar:
-
A Júlia quis um sapato daquelas marcas com o nome impronunciável de novo.
Acredita, Carlão? – perguntou passando a mão no cabelo impaciente. – Não
adianta mesmo, viu? A gente tenta agradar de todo modo, leva para jantar, para
se divertir e mesmo assim nunca está bom o suficiente! Pff.
-
Nem me fale, cara – respondeu Carlos se lembrando da decepção monetária que
recebera recentemente.
-
Mas com o que eu comprei ela vai ter que ficar sem brigar, gritar, bater em mim
e xingar por pelo menos três semanas! E você? Sofreu muito com as bolsas ou ela
quis algo maior? – Carlos negou com a cabeça. – Mentira que a Paulinha pediu
metade da sua herança já?
-
Quem dera eu estivesse reclamando disso. Ela gastou uma fortuna em doces.
Doces, Márcio! Olha bem com quem você vai casar, depois não tem volta, cara. –
O amigo arregalou os olhos sem nem acreditar. – Tem como você pagar a conta
hoje?
Conto inscrito para o Concurso de Contos de 2013.
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- Larissa Brito, pré vestibulanda, adora animações, fã de Harry Potter, ama Os Heróis do Olimpo, assiste Supernatural e New Girl. Chocolate, cappuccino, frio, moletom, filmes e alguém para abraçar. ♥
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